A casinha na árvore...
Desfrutar
do espaço sagrado de uma casinha de árvore é maneira frutuosa de rezar. É redescobri-la
templo do tempo, lugar onde a imaginação correu e ainda corre solta. É ali,
sozinha comigo mesma e com as costas apoiadas sobre as marcas esculpidas no
velho piso de madeira, que deixo a imaginação viajar por uni-versos de contos e
des-contos. É o território, pessoal e intransferível, da infância, quando a
vida se passa num faz-de-conta quase real. Benditas são as crianças que demoram
a acordar para vida, porque delas será o reino dos sonhos. E enquanto sonham,
despertam apenas para o mundo da poesia. Essa é a maneira de rezar que, talvez,
mais me aproxime de Deus. Entro na casinha da árvore e todos os sentidos despertam,
me fazendo colher palavras que o vento insiste em sussurrar ao pé do ouvido.
Sim, sou dessas pessoas que ainda acreditam e colhem sonhos!
Minha
catedral é feita assim, de madeira e de silêncio. E nela eu pego carona com a
brisa e vou cultivando pomares pelas estradas da vida. Deus se revela ali, e eu
me revelo a Ele. Entre o preto e branco descubro o mundo fantástico das cores e
das flores, dos sabores e seus saberes. Meu mundo de sonhos se reaviva na
árvore que um dia foi plantada no fértil coração de criança; e isso me garante
passe livre entre o céu e a terra...
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