Ali,
no meio do mato, a casinha durante a noite é dourada. Na varanda, ao pé
da escada, contos e prantos que viram cantos. Onde o estalar da lenha
no fogão acende a chama da fé. São vidas narradas. Histórias vividas. O
singular alinhavado no plural. Emaranhado de nós que um dia deixará
saudade. Em meio a tantos risos, um olhar que procura um porto. Uma
folha em branco onde possa ancorar seus sonhos. Uma criança brinca
com bolinhas de sabão e descobre, na demora do olhar, que a beleza é
passageira. Já tem olhos de poesia. Olhos de amar...Um cachorro, uma
coruja, um grilo que tenta acompanhar a cantoria da noite. Por trás das
montanhas, o único sinal é a fumaça que sai da chaminé deixando rastro
de esperança. No ritmo das cordas, a lua se enche de melodia e reluz
lembranças em Sol maior. Aos poucos, as vozes se cansam. O violão se
cala e o silêncio reverbera. É hora de recolher os poemas deixados na
estrada. Hora de convocar as saudades. Olhei para céu. A cada verso
pautado, uma estrela vem morar na minha mão...
-leia-me também em www.conttrarios.wordpress.com
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